No derradeiro número impresso da Newsweek está, talvez, a resposta para a crise que assola a imprensa e da qual a revista americana é uma das mais simbólicas vítimas.
É uma edição rotineira, integralmente centrada nos 79 anos da publicação, ou melhor, nos seus sucessos e nas suas leituras do mundo. Até aqui, (quase) tudo bem - é natural que alguém que se despede faça um balanço da sua presença, não é expectável é que esse balanço, tratando-se de quem se trata, seja, digamos, tão burocrático.
Mas o que realmente desilude a sério nesta edição é precisamente essa opção radical pelo retrovisor, pelo passado. Tendo sido anunciado que a revista vai continuar, mas agora apenas em edição digital, o mínimo que se esperava era uma reflexão profunda sobre o estado actual do jornalismo e dos media (não é a mesma coisa) e uma perspectivação do que poderá ser o seu futuro a médio prazo.
Não, não se pede um exercício de umbiguismo mediático. Mas raramente surgirão momentos tão apropriados como este, em que se apaga um dos símbolos maiores do jornalismo e dos media.
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