la petite mort, a kinf of

My hands round your throat
If I kill you now, well they'll never know


Wake me up if I'm sleeping
By the look in your eyes I know the time's nearly come
(sabes, esta é aquela altura em que me emociono, aos 00:33. as cordas que entram em movimento ascendente circular, o coro que levanta cada um dos pelos da nuca, o trémulo da guitarra que me faz estremer... hush now)
Wake me up cause I'm dreaming
Well, they'll never believe what's been happening here

But caught in my mind there's a way to get out
Wake me up cause I'm dreaming, well they'll never believe it
So hush now my babe please don't cry, everything's gonna be alright
Hush now darling I can hear you're screaming
Let me hold you until the morning comes

So tell me this is what you want
You can whisper it soft or you can scream it out loud
Cause there's still time to change your mind
But do it now before tomorrow comes
Wake me up cause I'm dreaming, well they'll never believe it
So hush now my babe please don't cry, everything's gonna be alright
Hush now darling I can hear you're screaming
Let me hold you until the morning comes, until the morning comes

The light is fading
But the stars are dancing bright
My mind is racing like the clouds across the sky
How did you make me go this far?

elvis & panquecas

hoje, na time out lx, escrevo sobre o elvis, costello. a time out lx, como sabem, é a melhor publicação em língua portuguesa da zona euro. procurem nas bancas uma capa com panquecas. o texto sobre o elvis faz parte do meu projecto pro bono para um mundo melhor. bom dia!

this fire of autumn

don’t want nothing we can live without
don’t want nothing that don’t belong to us

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.                                                                                                  Clarice Lispector
                                                                                                                                                               
my head’s under water
but I’m breathing fine

um amor que começa assim

i've never been in love before.
depois do dedilhar da guitarra entram as cordas. e os coros. perdes a respiração vezes sem conta. esqueces-te de respirar, naqueles 3 minutos e 2 segundos, o tempo exacto de uma vida, de toda uma vida. como sabes da matemática.

according to [cont.]

honour the past
but welcome the future
(and dance your death
away at this wedding)

never mind a world
with its villains or heroes
(for god likes girls
and tomorrow and the earth)

:re

fala-me deles. dos teus wildest dreams.

by the absence of you
Up those stone steps I climb
Hail this joyful day's return
Into its great shadowed vault I go
Hail the Pentecostal morn

The reading is from Luke 24
Where Christ returns to his loved ones
I look at the stone apostles
Think that it's alright for some

And I wish that I was made of stone
So that I would not have to see
A beauty impossible to define
A beauty impossible to believe

A beauty impossible to endure
The blood imparted in little sips
The smell of you still on my hands
As I bring the cup up to my lips

No God up in the sky
No devil beneath the sea
Could do the job that you did, baby
Of bringing me to my knees

Outside I sit on the stone steps
With nothing much to do
Forlorn and exhausted, baby
By the absence of you

dias ácidos

tropecei, nas últimas semanas, em textos mais ou menos longos, às vezes apenas desabafos, sobre a desilusão. o amigo que afinal não estava no momento esperado, a incompreensão, o diálogo que se quebra ou simplesmente não acontece, o preconceito, enfim, um rol de maldades, com o outro em palco.
são textos quase sempre surpreendidos, o que é muito bom - partem de pessoas que não esperavam dos outros o inferno. não precisaram de ler rousseau para acreditar em rousseau.
mas rousseau  não tinha razão e não vale a pena persistir na ideia de qualquer bondade estrutural do ser humano. há uma acidez nestes dias, mas ela não explica tudo.

página em branco

- repara, até os grandes romances, os clássicos, têm páginas em branco pelo meio. zonas de respiração, escolha, se quiseres.

[não apenas mais uma canção sobre 'regressar a casa']



só quem não percebeu a importância de songs from the west coast (2001) poderá ficar agora surpreendido com o novo e belo elton john.

A Ponte não é uma miragem

Li algures que o PCP, perdão, a CGTP quer fazer uma manif na Ponte 25 de Abril. A ideia, convenhamos, é excelente - pelo simbolismo e pela vista.
Infelizmente, do lado de cá, o PCP ganhou foi Loures e seria bué cansativo uma manif Almada-Loures, dois municípios ZLAN, como se dizia nos anos 80. Perde-se, portanto, parte do simbolismo.
Li também que o Governo está a pensar no assunto. Faz bem em pensar, até para que se saiba que está a pensar. Mas, obviamente, tudo aconselha que a resposta seja um amigável sim.
O 15 de Setembro foi há um ano, a tensão social está a acumular-se e nada  melhor que uma mega manif para servir de válvula de escape e nivelar os ânimos.
Além disso, a troika e os troikistas iriam ficar contentes - a ira dos comunistas, o sector mais atávico, mais status quo, mais agarrado aos direitos e exageros adquiridos, seria a mais perfeita das demonstrações da justeza de todas e quaisquer medidas reformistas do governo.
Depois, bom... depois, toda a gente percebe que se um PCP de 8 por cento dá jeito ao Governo, mais jeito dará um de 10, já para não falar de um PCP de 15 por cento. E presumo que não seja necessário explicar porquê.

life instructions (2)

a busca da perfeição é a maior das armadilhas. a delícia da vida está nas falhas.

life instructions

como os iogurtes, que ficam fora do prazo de validade mesmo antes de serem utilizados. uma contradição nos termos.

[isto é um banner]

... tomaste o meu navio, que agora é teu

[gisela joão, 2013]

outono

castanhas, romãs, dióspiros, nova iorque.
tudo o que desejas e mereces a natureza dá.

karaoke de fds

Aucun Boeing sur mon transit
Aucun bateau sur mon transat
Je cherche en vain la porte exacte
Je cherche en vain le mot exit

Je chante pour les transistors
Ce récit de l'étrange histoire
De tes anamours transitoires
De Belle au Bois Dormant qui dort

Je t'aime et je crains
De m'égarer
Et je sème des grains
De pavot sur les pavés
De l'anamour

Tu sais ces photos de de l'Asie
Que j'ai prises à deux cents Asa
Maintenant que tu n'es pas là
Leurs couleurs vives ont pâli

J'ai cru entendre les hélices
D'un quadrimoteur mais hélas
C'est un ventilateur qui passe
Au ciel du poste de police

Je t'aime et je crains
De m'égarer
Et je sème des grains
De pavot sur les pavés
De l'anamour

(just like) starting over

limpar a onda.  falei-lhe, então, daquele segundo de silêncio, não mais, que na rádio marcava o final da hora, o noticiário e uma nova hora.
limpar a onda, um segundo. nada é mais escutado na rádio que o silêncio.
estávamos maravilhados com essa ideia de ser o silêncio, um tão curto e frágil silêncio, a marcar o renascimento das horas, da vida.
shiu... vamos começar outra vez.

Quem Quer Ser Milionário?










O café Chave d'Ouro tenta fazer serviço público imitando a RTP na divulgação dessas pérolas de cultura popular que são os provérbios (*) e outras expressões populares. Infelizmente com os mesmos resultados: toda a gente sabe que não é "levar água no bico", mas sim "levar água no barco". Há mais de dez fontes que o confirmam...

(*) os provérbios são os genuínos antepassados da tagarelice sapiente do Fórum TSF e das redes sociais. Quem espera sempre alcança? Pois, mas quem espera desespera!

back home songs

(enquanto ouço last mile home, do último dos king of leon – sim, coisas que me acontece ouvir –, perco-me na ideia de que) as canções de regresso a casa rivalizam no meu imaginário com as breakup songs. mesmo que casa possa ser outra coisa. e mesmo o regresso.

a memória da morte

um corpo estendido na zona e na hora mais movimentada da a5. a memória da morte torna tudo mais relativo, mas também mais urgente.

dos malefícios da gentileza

sendo a única coisa que importa no mundo, a reacção dela naquela exacto momento passou para segundo plano perante o meu embaraço.
abro a porta assim a toda a gente. ela pensou que era só para ela. eu sabia que para ela precisaria de ter feito mais, muito mais.

uma janela

falta-me uma janela. convenço-me de que tudo seria diferente a partir da minha janela.

menino de sua mãe, ou a educação inglesa é capaz de não estar certa

no eterno regresso aos lugares onde fomos felizes - não liguem ao Pavese, é um tonto... -, estas primeiras chuvas recordam-me a cada ano o miúdo enfiado numa gabardina, boné até aos olhos, "não apanhes chuva, meu filho".
nos últimos dias, apanhei duas daquelas molhas até aos ossos. primeiro nuns 40 minutos suados em corrida. uns dias depois, pelo simples prazer de sentir a água fria escorrer pelo pescoço quente, a tecer uma película entre mim e o mundo. "e estou vivo, mamã, e pronto para muitas outras".

coisas cósmicas e assim

ela não acreditaria que aquilo que acabara de escrever em inglês, ele tinha pensado em português. talvez no mesmo exacto momento.

you can't start a fire without a spark

(vá... tentem lá ler isto sem cantar) 


Porto

Por razões que explicaria se não estivesse a chover, não vejo nada de positivo no resultado das autárquicas no Porto. Pode ser que me engane (coisa a que não estou habituado).

Meteo-linguística

Há uns meses, o mundo anglo-saxónico entreteve-se com uma discussão que achei deliciosa: parece que por aquelas bandas a expressão literally quer dizer aquilo que quer dizer, mas também o seu contrário.
(...)
Tem estado de chuva, literalmente - digo eu, enquanto fixo a expressão à espera que ela me diga o que quer realmente dizer. A forma verbal, parecendo que prolonga o estado, é, afinal, a única porta de saída. Pior seria se dissesse: Está de chuva.