um dia destes, pela primeira vez em muito tempo, fiz um protesto formal pela maneira como foi tratado um assunto que acompanho profissionalmente.
aconteceu o que já esperava, mas que, no fundo, tenho sempre esperança de que não aconteça: os meus três argumentos foram imediata e liminarmente rebatidos por uma dezena deles. eu é que estava a ver mal. que eles, os jornalistas, estavam cobertos, cobertinhos, de razão.

por coincidência, nesse dia, as redes sociais, em especial o twitter, incendiaram-se com uma polémica sobre os Truques, uma página do facebook que se dedica a denunciar erros dos media portugueses.

em duas décadas de jornalismo e uma de consultoria de comunicação, talvez seja a maior perplexidade que em nim resiste: por que custa tanto aos jornalistas admitirem que erram. nestas décadas de profissão, não consigo recordar nenhum caso em que jornalistas tenham admitido que erraram. há sempre uma desculpa, ou não erraram de todo - estás a ver mal a coisa... - ou, se admitem um pequeno, quase imperceptível erro, há logo uma inesgotável panóplia de alibis. não conheço outra profissão assim...

no caso dos Truques, por exemplo, basta ler a página de vez em quando para perceber que a maioria dos erros ali apontados fazem sentido e que os jornalistas só ganhariam em reconhecê-los, emendar e tentar não repetir. e até podiam fingir que não tinham lido os Truques.

no caso com que iniciei este texto nem era preciso tanto.

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