vale a pena espreitar as antevisões da playboy sem miúdas nuas que a playboy está a publicar...
e vale a pena ler o texto em que a playboy explica a decisão.
os nus da playboy mudaram mentalidades. ou, dito de forma mais modesta, integraram-se num movimento, nos anos 60, que mudou radicalmente as mentalidades.
essa explosão pública do nu feminino coincidiu com a comercialização da pílula, que esteve na origem da chamada revolução sexual, mas também da autonomização (libertação?) da mulher nas sociedades ocidentais.

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outra história é, naturalmente, a forma como os nus femininos contribuíram, especialmente após esse momento de libertação dos anos 60, para a perpetuação de um modelo machista de sociedade.
é dificilmente defensável qualquer justificação estética para a exposição extensiva, permanente, obsessiva da intimidade do corpo feminino, ao longo de décadas, em tantos suportes.
a perpetuação do nu teve precisamente o efeito contrário ao do momento inicial, ou seja, conduziu a uma clara 'objetificação' do corpo feminino, conferindo-lhe um estatuto de mercadoria.

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agora resta saber se a decisão da playboy é mera estratégia de marketing, de luta pela sobrevivência num mundo editorial em crise, ou se, daqui a alguns anos, ela será novamente símbolo de qualquer revolução.

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