pus-me a ler uma história, numa publicação que nos últimos anos tem investido bastante no conceito e no design.
coisa relativamente secundária, escrita por uma jornalista sénior (ou não estagiária), 5 mil caracteres, banal. apenas mais uma notícia, ao acaso.
perturbou-me a falta de qualidade geral da coisa. português pouco elegante, um ou outro erro factual, sem muita importância (já nos habituámos, não é?).
o que mais me tocou foi o despropósito geral da coisa. havia uns gráficos pouco interessantes e muitos dados numéricos no texto que teriam originado gráficos interessantes. mas, acima de tudo, havia um texto sem qualquer estrutura, um parágrafo com uma ideia, outro mais à frente com a ideia oposta, sub-temas cujo desenvolvimento serpenteava pelo texto, enfim, uma enorme confusão. fiquei com a ideia de que quem escreveu não pensou um minuto antes de o fazer, não organizou ideias, que se limitou a cortar e colar ideias dispersas, e que quem editou não editou de facto...
é um dos aspectos mais constantes dos media portugueses (talvez não só): inova-se no conceito (obrigatoriamente, no design), esperando que o conceito opere milagres, que arraste o resto.
fico com a ideia de que não acreditam na força transformadora do trabalho. são uns preguiçosos, quero eu dizer.

Sem comentários :

Enviar um comentário