estava com a varinha mágica na sopa, enquanto o homem do bigode (pires?) falava.
acabei por lhe prestar mais atenção que ao ex-DDT e ao primo bacardi, dos quais apenas vi os resumos nos telejornais.
pois que concluí dos 5 minutos do pires (depois da sopa, a varinha mágica, com o respectivo acessório acoplado, tratou de um puré de batata classic style)?
basicamente, que também não sabia de nada, não falava com os outros e nem sequer sabia o que faziam os que lhe respondiam hierarquicamente. era CFO, mas não fazia nada do que é suposto um CFO fazer. e depois - que chatice! - havia umas questões interessantes que ele até poderia esclarecer, não fosse o segredo de justiça, esse danado.
não sei se foi do bigode, mas naqueles 5 minutos fiquei com a ideia de que o homem estava a gozar com os deputados, que estes estavam a perceber, mas que não se importavam muito.
(parênteses: voto no livre se sacar a mortágua ao be).

do que vi e não vi nestes extraordinários dias, concluo sem grande esforço que o bes foi um milagre de décadas e que só não foi a nobel por manifesta má vontade da academia. um banco - qual banco? um império... - gerido por pessoas que não falavam umas com as outras, que não sabiam o que os outros andavam a fazer, que nem sabem o que fizeram (o pires, com muita graça, explicou a um obediente deputado comunista que não fazia ideia do que era um documento que ele próprio assinara há dois anos...). pessoas, enfim, tão ocupadas nas suas tarefas (mas quais, senhores?) que nem se davam ao trabalho de tentar perceber o que se passava à sua volta... enfim, um milagre, o banco ter aguentado tanto tempo.

na verdade, esta é apenas mais uma história de ganância, incompetência e parolice, dessas que tanto caracterizam o patronato português. alguns distraídos pensavam que isso só se passava com os patos-bravos, as cooperativas de taxistas e os angariadores de sucatas. não, este é o nosso patronato em todo o seu esplendor. podemos continuar a culpar os funcionários públicos, a classe média, a falta de qualificação, o gajo que sai a meio da manhã para tomar café, os sindicalistas dinossáuricos... mas enquanto a riqueza da nação, a sua economia, for gerida (!?) por gente assim não sairemos disto.

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