há quem escreva de borla e quem seja muito bem pago. quer dizer, nos jornais, desde que se instalou a crise na imprensa, que, como sabemos, é como a crise geral, tem barbas.
mas a opinião. há colunistas regulares que recebem pelo seu trabalho. um trabalho de reflexão e escrita. o dinheiro, se paga o trabalho e a fama, pagará também o preço da exposição, ou, se quisermos, o reverso da fama. que isso de escrever regularmente em público acarreta (acarrateria, num mundo normal) os seus perigos.
e depois há os outros, os que escrevem de borla, para sua própria glória, por sua própria conta e risco. dizem-me que há cada vez mais.
ora, para um leitor esclarecido, esta estratificação em castas dos fazedores de opinião deveria levantar problemas. deverei confiar (acreditar mais?) naquele que escreve como assalariado, que vende a sua opinião? ou, pelo contrário, naquele que está disponível para a esbanjar aos quatro ventos de forma graciosa?
não tenho dúvidas sobre a minha resposta. mas também tenho a certeza de que o tema não merece sequer um segundo de reflexão a quem faz e lê jornais.

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