há dias, uma amiga metia-se comigo por apontar uma obra de wittgenstein como um dos livros da minha vida. pormenores à parte, estava a armar-me ao pingarelho.
a filosofia, mesmo em doses moderadas, é a melhor aliada da vida.
em anos de jornalismo e actividades conexas, tive sempre presente a ideia de que a verdade e/ou a realidade são uma construção. eventualmente, um objectivo. mas sempre uma construção, algo que nos é único e interior.
e isto vale para o que pensamos e sentimos, mas vale especialmente para o que  dizemos ou exteriorizamos. o azul do céu é aquele azul daquele céu para mim; para alguém que esteja ao meu lado, e por muito que partilhemos muito, aquele azul já será outro azul de outro céu só dele(a).
a alegoria da caverna, de platão, que se aprende (ou aprendia) na escola fala disso com meridiana clareza.
as máquinas fotográficas, que é suposto serem patenteadoras por excelência da realidade, captam, gravam e reproduzem essa mesma realidade através de complicados jogos de espelhos ou pixels, que mais não fazem que fragmentar a tal realidade para depois a reconstituírem à sua maneira.

e é por isso que a realidade nunca é aquilo que vemos ou desejamos. ou é, o que é o mesmo que não ser.

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