muitos dos textos, curtos e longos, nas redes sociais e nos media tradicionais, escritos sobre Robin Williams ficaram irremediavelmente prejudicados a partir do momento em que se soube que o actor se encontrava no estágio inicial da doença de parkinson, uma enfermidade extremamente debilitante.

esses textos, genericamente, exploravam o link entre a condição de actor e a condição humana de Robin Williams, especialmente a depressão e a solidão.

a doença de parkinson acarreta um considerável contratempo a essas teses mais ou menos poéticas e filosóficas. Robin Williams pode, simplesmente, ter querido evitar a degradação física e mental que a doença implica.

de certa forma, a parkinson vem justificar o suicídio. de certa forma, resolve-nos a equação do espanto: "ah, foi por isso".

mas esse não é o meu ponto. o que me move é a ligeireza com que (todos) falamos sobre tudo e, especialmente, todos. hoje em dia, não admitimos o distanciamento e sentimo-nos impelidos a opinar - e a sentir - de forma instantânea. essa sofreguidão, essa aceleração da nossa relação com o mundo, raramente dá bons resultados, como se vê

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