Chanel

Há dias, encontrei um vídeo que achei divertido. Simplesmente divertido. Presumo que de forma involuntária, aquilo era Gato Fedorento.
Mas só isso, era um vídeo divertido.
Nas horas que se seguiram, as chamadas redes sociais, e os media depois, entraram em turbilhão. Hordas contra, nem tanto a favor. Mas radicais, quase todos.  Divertidos, sobretudo indignados.
E a empresa que tinha lançado o vídeo, presumo que após algumas horas de discussão, reuniões, briefings e coisas do género, retirou-o. Um erro, penso.
Ora tudo isto me parece do reino da demência. E nem sequer é caso isolado, já tínhamos tido o episódio Jonet e, mesmo agora, o caso do "direito à vida", o prós e contras, à volta do famoso cão do "bairro Texas" de Beja (o local do crime é todo um programa...).
Demente porque desproporcional. Nada disto merece tanto barulho, por muito tédio que atravesse uma sociedade claramente desorientada, castigada, despida de objectivos e valores.
Reivindico para mim o direito a não ser incluído em campanhas, arruaças, mais propriamente. A achar divertido o vídeo só porque o acho divertido, sem daí retirar consequências morais, estéticas, políticas ou comerciais. Eu e o vídeo fazemos parte de mundos diferentes, gosto dessa diferença.
Achar normal o que se passou nestes dias com este caso é meio caminho andado para aceitar um totalitarismo do gosto. Exactamente o contrário do que defendo,

Quanto à menina do vídeo, talvez tenha pela frente um futuro agora mais risonho, se souber aproveitar (episódio do Futre e do chinês, lembram-se?). Para já, foi à televisão, onde lhe fizeram perguntas mais censuráveis que o vídeo ("aceitaria dar conselhos de moda a um desempregado que vai a uma entrevista de emprego?").

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