Discos para os dias que passam


Estéticas



Nunca hei-de perceber porque passei ao lado de uma grande carreira de apreciador de música clássica.

Slow show

I made a mistake in my life today
everything I love gets lost in drawers
I want to start over, I want to be winning
way out of sync from the beginning

so you can put a blue ribbon on my brain
god I'm very, very frightening
I'll overdo it.

Por falar em capas de revistas


Chega o Verão e é sempre a mesma coisa - as revistas enchem-se de miúdas giras em trajes mínimos. É o caso da revista do Expresso deste fim-de-semana.

O poder das palavras


O tablóide alemão Bild lança o alarme sobre a extinção das palavras escritas à mão. O gauchiste francês Libération socorre-se da tipografia para perguntar se será Muito Tarde (Tarde de mais?) para (salvar) a Europa. Edições de hoje. O eixo franco-alemão de costas voltadas.

O sonho americano made in China


Capas das edições americana e do resto do mundo da revista Time desta semana.

Pináculos de jornalismo

Fui hoje informado pelos noticiários do prime time de que esteve um dia de muito calor.

O novo Terreiro do Paço

Lisboa, 23.Jun.12

Fiquei com a ideia de que as miúdas mais giras estavam no Ministerium.

Coisas indizíveis

As coincidências e as ironias de uma vida, da minha vida.

Que mais se pode pedir? Tudo.

Viva a Vida!
Hoje, a Maria João é internada na CUF, por uma noite só, para levar com uma dose única de Gamma Knife. É a melhor máquina que há para lutar contra as metástases cerebrais. O nome é de videojogo e um dos concorrentes chama-se Cyber Knife. Quanto faltará para o Ninja Knife?
Hoje, por apenas 57 euros, com direito a pequeno-almoço, também serei internado, como acompanhante dela (meigo, de olhos azuis, zona de Sintra). A Maria João quer ver o Portugal-República Checa e, se tudo correr bem, sem incomodarmos os vizinhos, vou vê-lo com ela, com o portátil dela ao colo, a escrever as nossas peritas opiniões para o PÚBLICO de amanhã de manhã. 
Sim, porque eu conto muito com o que ela, insensível ao futebol mas sensível a todas as muitas outras coisas que têm de existir para se conseguir jogar futebol, me diz para escrever. 
Anteontem, a escrever pela última vez da nossa casa no Banzão, onde fomos tão felizes e infelizes, comemos os primeiros alperces das nossas vidas. Não digo os melhores porque os outros, anteriores, não eram alperces. Eram doces, moles e enfarinhados. Nunca foram tão bons. O ano passado, no pomar da Dona Isaura, no Mucifal, nem houve. Disse ela que se comiam "sem vontade". Comemos dois quilos. Foram a melhor preparação possível para a Gamma Knife. E para tudo o que a vida nos der.
Assustamo-nos e, enquanto não formos vencidos, ficamos encantados.
E, entretanto, vivemos e somos felizes. Que mais se pode pedir? Tudo.
Miguel Esteves Cardoso, hoje no Público

A idade, então

Lido hoje, numa revista americana, sobre um fulano qualquer:

He's found the trick to aging well: a bit of rage, a lot of love, and the ability to laugh at yourself.

by Nicola

Um dia haverá um dia em que não pense em ti. Ainda não foi hoje.

Mother Nature on the run in the 21st century




Em Banga [2012], Patti Smith tem uma cover de Neil Young, prova mais que desnecessária de que os bons espíritos etc e tal.

Alguém sabe onde posso encontrar papel de parede igual à camisa do Brian Wilson?

Allons enfants

Fixem esta capa. Numas próximas eleições legislativas, naquele dia em que são proibidas sondagens, um jornal do burgo vai fazer uma coisa assim. Somos uns originais.

Um dia, todo o jornalismo será assim

"Nada de gravações", disse eu.
"Já calculava."
"E notas também não."
"Notas também não?"
"Já não se usa tomar notas."
"Mas não quer ser citado correctamente, de algum modo?"
"Não", respondi eu.
"Então o que quer?"
"Que você invente tudo. Vá para casa, escreva o que lhe apetecer e envie-o para a redacção. Invente. Escreva o que escrever, será verdadeiro."

Don DeLillo, Great Jones Street, 1973, trad. port. José Miguel Silva, 2012, Relógio d'Água

[Pub.]


We could steal time 
Just for one day 
We can be Heroes 
For ever and ever

Dúvida básica de anatomia

Há meses que tento pôr a cabeça e o coração em diálogo. Que se entendam! Falta-me, presumo, a cábula da geografia interior.

Alfa 131

Volto a andar de comboio e confirmo uma ideia da adolescência. O único meio de transporte que nos dá a sensação de vencermos a batalha contra o tempo.

Refiz outra ideia. Portugal pode ser, afinal, bonito visto da janela de um comboio. Depende do lugar que se escolhe, do sentido em que se viaja, e há pequenos segredos associados.

Músicos, dizem eles

Passei pela FNAC, dei com o Abrunhosa a apresentar o livro de alguém. Estranhamente, achei que havia algum sentido naquilo.

A Madonna mostrou um seio em Istambul e o cu em Roma. A vida não está fácil.

Da ausência

Vamos lá a ver se nos entendemos.
Miss you não é a mesma coisa que tu me manques ou mi manchi - só a primeira, em inglês, dá conta da falta que eu sinto em mim; todas as outras referem-se à falta que tu me fazes.
São coisas muitas diferentes, parece-me. E o Wittgenstein certamente concordaria.

Já o verbo extrañar - confesso - deixou-me completamente rendido. Coisa linda - te voy a extrañar...

Por último - discutir temas destes com um anónimo foi coisa que nunca me passou pela cabeça. Mas uma pessoa habitua-se.

Há por aí um certo ambiente de cóboiada, é verdade

Futebol, seja!



(by the way: isto é grande jornalismo.)

Just girls

'This Is The Girl', a canção que Patti Smith dedica a Amy Winehouse, é apenas uma das muitas breathtaking songs do novíssimo Banga.

Soledad



Amália (voz), Cecília Meireles (poema), Alain Oulman (música), Fonseca e Costa (imagens do ensaio). A prova de que há momentos mágicos.

Love Minus Zero

My love she speaks like silence
Without ideals or violence 
She doesn’t have to say she’s faithful 
Yet she’s true, like ice, like fire 
People carry roses 
Make promises by the hours 
My love she laughs like the flowers 
Valentines can’t buy her

Linhas cruzadas

O Facebook diz-me que gostas da minha ligação. Há ruído na linha, só pode.

Te voy a escribir la canción más bonita del mundo



La Oreja de Van Gogh, 'La Playa'

De acordo

À página cento e não sei quantas, apercebi-me. Confirmei na ficha técnica: estava a ler o meu primeiro livro composto ao abrigo do Acordo Ortográfico. Continuei a ler.

kiss & tell [3]

Demos um nó cego nesta crise quanto às soluções. As pessoas perderam a possibilidade de imaginar o seu futuro. Estão apenas a tentar evitar o seu presente.

Vasco Vieira de Almeida, Jornal de Negócios, 8 Jun 12

Miss you

Gabamo-nos de que não há no mundo nada que se equipare à nossa saudade. Talvez. Mas são os anglo-saxónicos que melhor dão conta da tua ausência. To miss. A incompletude.

In this world, if you read the papers...


Os últimos dias foram passados na companhia desta rapariga. Os mortos, como se sabe, são um poço de virtudes. E boas companhias.