Os homens são da Lua, as mulheres são da Terra
Ele estava confiante. Disse-lhe: esta é uma relação chave na mão.
Ela fingiu que percebeu e mudou-se lá para casa nessa noite.
Ela fingiu que percebeu e mudou-se lá para casa nessa noite.
Noite eleitoral
Estas foram as primeiras eleições que vivi longe do olho do furacão e há regras de etiqueta que ainda desconheço. São dez da noite e já estou a ver séries na zonbox. Faço mal?
Tempos de magos
O dono da Spotify tem um "pet project" para tratar do "screwed-up" Serviço Nacional de Saúde inglês. O resto também é interessante, no FT Weekend.
[um jornal inglês por dia, nem sabe o bem que lhe fazia].
[um jornal inglês por dia, nem sabe o bem que lhe fazia].
[pessoana]
O blogue é um fingidor. Finge descaradamente. Chega a fingir que é minha a dor que apenas ele sente.
Conta quilómetros
Criticas-me a condução e respondo-te que abuso da velocidade porque não tenho ninguém à espera. Tivesse e viria com mais vagares, talvez para apreciar cada segundo de aproximação.
Luto, ou o desligar da máquina
Na terceira série de Breaking Bad, Jesse passa um episódio a ligar para o telemóvel da namorada que morreu a seu lado com uma overdose para ouvir a voz dela no voice mail. E há uma vez em que liga e apenas ouve "the number you just dialed is no longer available".
matemática dos afectos
A amizade suporta a gradação. Podemos ser apenas amigos, muito amigos e até amicíssimos.
Já o amor é sempre absoluto. Amas ou não. O amor dispensaria até o "muito" e o "tanto", pudéssemos nós viver sem transgredir.
Já o amor é sempre absoluto. Amas ou não. O amor dispensaria até o "muito" e o "tanto", pudéssemos nós viver sem transgredir.
Come sit next to me
We’ll talk for hours in a row
Discuss the importance of romance
Theorize about love and soul
We’re both armed with logics
We’re also way out of control
Science doesn’t make us happy
Love’s the saviour of our dying souls
From Open Water, released 01 December 2011
All instruments and vocals by Nick Nicotine.
Recorded and Mixed by Nick Nicotine
We’ll talk for hours in a row
Discuss the importance of romance
Theorize about love and soul
We’re both armed with logics
We’re also way out of control
Science doesn’t make us happy
Love’s the saviour of our dying souls
From Open Water, released 01 December 2011
All instruments and vocals by Nick Nicotine.
Recorded and Mixed by Nick Nicotine
Filmes
Há uma espécie de diálogo entre os filmes de Woody Allen e as nossas vidas. Como se pudéssemos contar a nossa história a partir da circunstância em que vimos cada um dos filmes. Dito de outra forma, onde estávamos a cada Woody Allen.
(chorai, pedras da calçada)
If I gave you time to change your mind
I'd find a way to leave the past behind
Knowing that you lied straight faced while I cried
Still I look to find a reason to believe
Someone like you makes it hard to live
Without somebody else
Someone like you makes it easy to give
Never thinking of myself
I'd find a way to leave the past behind
Knowing that you lied straight faced while I cried
Still I look to find a reason to believe
Someone like you makes it hard to live
Without somebody else
Someone like you makes it easy to give
Never thinking of myself
scrolling to your door
Na biografia de Jobs dedicam-se alguns parágrafos e muito entusiasmo àquela invenção de fazermos deslizar o dedo pelo ecrã e ele ficar a deslizar mesmo depois de levantarmos o dedo. Nem uma linha, é claro, para o segredo mais bem escondido: a razão pela qual deslizamos o dedo e o ecrã pára sempre no mesmo nome. Ou na mesma letra, o que ainda dói mais.
Beijo, o estado da arte
1. Movo-me num meio em que confluem dois rituais. Há quem se cumprimente com um beijo, quem o faça com dois. O embaraço faz já parte da rotina, e o que seria da vida social sem o embaraço, o melhor dos desbloqueadores de conversa e não só?
2. Mais hesitação que embaraço, na hora de trocar mails, o nirvana das relações laborais. Há mails funcionais, frios, sem cumprimentos. Mails com cumprimentos, mais ou menos cerimoniosos, mais ou menos mecânicos. E há mails com beijos, nas suas várias declinações. Acontece que a regra é flutuante, quanto à origem/alvo dos beijos, mas também no que respeita à situação. Por exemplo, será que o beijo ajuda a resolver o problema? Ou, pelo contrário, o beijo desvia a atenção do problema? Uma infinidade de dilemas.
3. Há, disso não restam dúvidas, uma banalização do beijo (e, já agora, do abraço). No SMS e no telefonema, mais que no mail. Conversa que se preze termina com o beijo (ou o abraço), mesmo com pessoas com quem não é suposto. Uma clara desvalorização do conceito.
4. O problema anterior conduz a um novo e peculiar embaraço. Como enviar um beijo, beijo a sério, intencional, quando se quer que assim seja, num tempo de mar de beijos sem sentido? Há quem atribua significados específicos às grafias, sejam elas o bj, o bjo, o bjs ou outras, e quem invente expressões próprias. A verdade é que há pessoas a quem não queremos enviar o "beijinho" - ah, o diminutivo... - superficial, mecânico.
5. Há ainda as ex, ou - pior - as ex would be, às quais a ideia de enviar beijos pode desencadear uma cadeia de acontecimentos inesperados. Para quem não gosta do inesperado pode ser um problema.
6. E depois há, é claro, o Nick Cave
2. Mais hesitação que embaraço, na hora de trocar mails, o nirvana das relações laborais. Há mails funcionais, frios, sem cumprimentos. Mails com cumprimentos, mais ou menos cerimoniosos, mais ou menos mecânicos. E há mails com beijos, nas suas várias declinações. Acontece que a regra é flutuante, quanto à origem/alvo dos beijos, mas também no que respeita à situação. Por exemplo, será que o beijo ajuda a resolver o problema? Ou, pelo contrário, o beijo desvia a atenção do problema? Uma infinidade de dilemas.
3. Há, disso não restam dúvidas, uma banalização do beijo (e, já agora, do abraço). No SMS e no telefonema, mais que no mail. Conversa que se preze termina com o beijo (ou o abraço), mesmo com pessoas com quem não é suposto. Uma clara desvalorização do conceito.
4. O problema anterior conduz a um novo e peculiar embaraço. Como enviar um beijo, beijo a sério, intencional, quando se quer que assim seja, num tempo de mar de beijos sem sentido? Há quem atribua significados específicos às grafias, sejam elas o bj, o bjo, o bjs ou outras, e quem invente expressões próprias. A verdade é que há pessoas a quem não queremos enviar o "beijinho" - ah, o diminutivo... - superficial, mecânico.
5. Há ainda as ex, ou - pior - as ex would be, às quais a ideia de enviar beijos pode desencadear uma cadeia de acontecimentos inesperados. Para quem não gosta do inesperado pode ser um problema.
6. E depois há, é claro, o Nick Cave
As três regras básicas
1. Nunca te leves muito a sério.
2. Nunca leves os outros a sério.
3. Não leves a sério nenhuma regra.
2. Nunca leves os outros a sério.
3. Não leves a sério nenhuma regra.
Cuidado, vê lá onde pões os pés
Na última década, os media portugueses cederam as suas linhas editoriais aos grupos de media a que pertencem.
Por estes dias, o alinhamento começa a ser feito pelos interesses que os pagam, nem sempre claros, muitas vezes estrangeiros (e, sim, a nacionalidade pode ser um problema, especialmente quando aliada à falta de transparência).
Por estes dias, o alinhamento começa a ser feito pelos interesses que os pagam, nem sempre claros, muitas vezes estrangeiros (e, sim, a nacionalidade pode ser um problema, especialmente quando aliada à falta de transparência).
Naufrágios
Já não há histórias de amor como antigamente.
No remake, o DiCaprio e a Winslet sobrevivem ao Costa Concordia para se amarem até à indiferença. Uma curta metragem.
No remake, o DiCaprio e a Winslet sobrevivem ao Costa Concordia para se amarem até à indiferença. Uma curta metragem.
Pequenos prazeres [1]
O Jumbo está a vender uma maminha importada da Escócia que é de se lhe tirar o chapéu.
Canções, justificações e outras razões
Dominique A.
Hasta Que El Cuerpo Aguante
'Canções para o resto da vida' é um projecto que me dá um gozo especial. Dar a ouvir alguma da música de que mais gosto, construir listas ao acaso, ao sabor da preguiça. Não há qualquer intenção pedagógica, muito menos definitiva. A lista é deliberadamente caótica e efémera.
Um destes dias, decidi espreitar algumas das escolhas e - na verdade, sem surpresa - a percebi que muitas das canções já não estão disponíveis no Youtube.
É curiosa a relação entre as editoras de música e o Youtube. As editoras (em alguns casos, também os autores), desorientadas que andam desde o advento do digital, oscilam entre a utilização massiva do site (para os lançamentos, por exemplo) e a caça a todos e qualquer um que ouse violar os seus direitos e publicar canções. O Youtube, por seu lado, faz que não é nada consigo e, na verdade, vive da total canibalização anárquica das criações artísticas. Comporta-se exactamente como a casa-mãe Google em relação aos sites de notícias, ou seja, parasita. Na prática, Youtube, editoras e autores estão atolados nas vistas curtas e na enorme dificuldade de estabelecer uma estratégia de longo prazo ganhadora para todas as partes.
É pena.
Isto tudo a propósito da tal séria de "Canções". É claro que esta dificuldade de encontrar no Youtube versões estáveis das canções de que mais gosto (Dylan, por exemplo, está praticamente ausente) é apenas o álibi para os longos intervalos da série. A verdadeira razão é mesmo a preguiça. E sabe tão bem!
Profissões ao lado das quais passei (*)
1.
2. Editor, na tradição anglo-saxónica, de best sellers.
(*) por enquanto.
2. Editor, na tradição anglo-saxónica, de best sellers.
(*) por enquanto.
Romance
A nossa história é fácil de contar. Tu eras gorda e feia. Eu, culto e inteligente. Incompatíveis, portanto.
Autárquicas (3 notas)
1. Ainda se enaltecem os independentes. Na sua grande maioria, são pessoas zangadas com os partidos porque não conseguiram fazer valer as suas ideias dentro dos partidos.
2. Os media, especialmente as televisões, encontram na CNE um bode expiatório perfeito para a sua total incapacidade de desempenharem o papel cívico que lhes está destinado nas democracias.
3. Nunca como nestas eleições se gozou tanto com os candidatos. É o reflexo natural de uma sociedade sem esperança, que encontra no humor (dominante hoje em toda a "reflexão" política) uma escapatória indolor. Há-de passar.
2. Os media, especialmente as televisões, encontram na CNE um bode expiatório perfeito para a sua total incapacidade de desempenharem o papel cívico que lhes está destinado nas democracias.
3. Nunca como nestas eleições se gozou tanto com os candidatos. É o reflexo natural de uma sociedade sem esperança, que encontra no humor (dominante hoje em toda a "reflexão" política) uma escapatória indolor. Há-de passar.
verão 2013 - projecto de memória
os pêssegos que voltaram a ter o sabor de antigamente
a praia que esteve quase, quase, como há muito não estava
um domingo de agosto
a primeira corrida sem ipod
as canções, até doer
lisboa
(a perplexidade, sempre)
pouco mais
a praia que esteve quase, quase, como há muito não estava
um domingo de agosto
a primeira corrida sem ipod
as canções, até doer
lisboa
(a perplexidade, sempre)
pouco mais
Chic appetiser
A página 102 é a mais interessante da edição deste mês da Mojo. Mais precisamente, a legenda da foto da página 102: "She said yé-yé: Annie Phillippe, chic appetiser".
a semiologia do amor
às vezes pedem-me para escrever, de uma forma digamos que profissional, sobre pessoas de quem gosto muito.
Sabedoria
Tropecei novamente na ideia de 'sabedoria'. A ideia de que, seja pela acumulação de experiência(s) seja pela expertise de a(s) relacionar, nos vamos tornando sábios. Há nesse conceito um determinismo optimista que mexe comigo - com a tal sabedoria, enfrentamos melhor a vida, tiramos mais partido dela. Não estou seguro de que assim seja.
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