O estado do tempo

Miguel Sousa Tavares - tem dias, tem dias... - desceu do vértice do comentarismo sobre "a situação" para explicar a Clara de Sousa a vacuidade dos "estados do tempo" nas rádios e tvs.
Repetir que a temperatura máxima prevista ou registada é tal e coisa não significa nada: queremos saber a orientação e intensidade do vento, o estado da água, se arrefece de noite... Ou seja, gostávamos que os jornalistas e conexos se deixassem de lenga-lengas e dissessem algo útil, de facto, a quem os ouve.
É uma das coisas mais extraordinárias dos nossos dias: quase toda a informação, seja o tempo, o trânsito, o futebol, a economia (a Bolsa, meu Deus, a abrir e a fechar em alta, bla bla, bla...), a política, é reduzida a uma curto e circular vocabulário, quase encantatório de tão repetido, rotineiro, burocrático e, na prática, sem sentido, significado.
Há quem diga que é da falta de meios. Chamar-lhe-ia preguiça, mas não nos vamos zangar por tão pouco.

É claro que, uns minutos depois, Clara fechou o noticiário anunciando que a temperatura máxima amanhã vai ser de tal e coisa. Olhe, querida, beijinho também para si.

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